De Estagiário a CEO, lições de uma Jornada Real – O início da minha carreira profissional #03
No episódio 01 da nossa série contei para vocês detalhes de como escolhi fazer o curso de Ciência da Computação (Ano de 2002).
No episódio 02 contei que meus primeiros anos de faculdade de TI não foram fáceis (2003 a 2005).
Quem ainda não leu, vale a leitura:
De Estagiário a CEO, lições de uma Jornada Real – A escolha da Profissão #01
De Estagiário a CEO, lições de uma Jornada Real – Os primeiros anos de Faculdade de TI #02
Nesse episódio começo finalmente a contar sobre o início da minha carreira profissional de verdade.
Como viram nos episódios anteriores, não existia um plano de eu trabalhar como DBA e em seguida montar uma empresa de consultoria de BD e BI referência no país.
No meio da faculdade, pedi meu pai para me pagar um curso de Delphi, que era a linguagem em alta na época. Ele fez o esforço dele na época e pagou.
Nunca trabalhei com Delphi, mas se aparecesse uma vaga de estágio que pedisse Delphi, estaria melhor preparado com esse curso.
Estava tentando me preparar para ter “sorte” quando aparecesse essa vaga.
Insight: A tal sorte que tanto falam por aí é isso. Faça seus cursos, estude e esteja preparado para quando a oportunidade aparecer.
No meu caso, a vaga para Delphi não veio.
Mas apareceu um estágio ganhando R$ 200,00 no ministério da agricultura aqui no ES. Era para trabalhar dando suporte de infra N1 aos usuários de lá com Hardware, rede e o que fosse necessário. Grande parte de vocês aqui nem tinham ideia desse meu mini estágio em infra. =)
Esse estágio de infra durou poucos meses até surgir uma vaga de estagiário de desenvolvimento na Dacasa Financeira.
Estamos falando do final do ano de 2005 aqui.
A vaga de estágio na Dacasa Financeira pagava 3x mais na época, mas trabalhando por 6 horas ao invés de 4 horas.
Quem já estava todo feliz ganhando seus primeiros R$ 200,00 todo mês, ter a chance de triplicar o salário era algo de outro mundo. Bom demais para ser verdade.
No processo seletivo dessa vaga, teve uma dinâmica que era para falar o nome de alguma pessoa que você se espelhava.
Eu lembro que falei que me espelhava no Ronaldinho Gaúcho, que era o melhor na profissão que ele exercia. Eu também buscaria ser o melhor profissional possível na área dessa vaga.
Insight: Olha o meu pensamento de sempre querer buscar ser o melhor que eu conseguisse. Esse pensamento vive até hoje na cultura da Power Tuning, de tentar ser referência e a melhor nas áreas que atua.
Aqui não é falar que quer ser o melhor da área de uma forma meio “soberba”.
Até porque não fui o melhor no vestibular (passei em 37 de 40 vagas) como contei no episódio 01, passei longe de ser o melhor aluno da minha sala na faculdade como viram no episódio 02, então certamente não seria o melhor profissional da minha área. Contudo, tinha o desejo de se tornar o melhor possível se dedicando bastante para isso.
O processo teve um teste de lógica bem legal (G-38) e depois uma entrevista com os 2 líderes da área de desenvolvimento da Dacasa Financeira.
Lembro até hoje dessa entrevista, da sala em que ela foi feita e da tensão que foi esperar o resultado por telefone.
Naquela época, assim como faziam os incas, maias e astecas, o contato era apenas por telefone. Não existia nosso querido WhatsApp.
A ligação chegou e com ela a notícia de que eu não tinha passado. Escolheram outra pessoa para essa vaga de estagiário de desenvolvimento na Dacasa Financeira.
Aí entra uma reflexão que faço até hoje e não tenho uma resposta clara.
Será que se passasse nessa vaga eu iria me destacar como desenvolvedor e depois conseguiria empreender na área de sistemas?
Certamente eu iria buscar me destacar como desenvolvedor (ta na minha cultura isso), agora, se iria conseguir abrir uma empresa de software eu não sei se apostaria tanto nisso.
Sabem porquê?
Porque banco de dados é algo muito mais fácil de dar um suporte remoto. Pego o acesso, faço o BD do cliente ficar rápido com 20 horas de trabalho e finalizo a consultoria. Sem praticamente nenhum contato com um usuário do cliente.
Isso facilitou muito começar a ter meus primeiros clientes remotos lá no início da Power Tuning.
Já um trabalho de desenvolvedor demanda muito contato com o cliente e naquela época fazer isso tudo remoto não era algo comum. Eu não sei se teria começado uma empresa de DEV em 2014 quando fundei a Power. Talvez no pós-pandemia, que ficou tudo mais simples no modo remoto, poderia ter empreendido nessa área.
Ou seja, um NÃO que tomei e me deixou triste por alguns dias, pode ter feito surgir a Power Tuning, uma empresa referência na área de Dados.
Nessa época já existia essa música: “Posso até chorar, mas a alegria vem de manhã.”
Uma semana depois, recebi um telefonema para participar de uma outra entrevista na mesma Dacasa Financeira, mas agora para a área de Banco de Dados.
Estava nascendo a Power Tuning nessa ligação e eu nem tinha ideia.
Fui até a Dacasa Financeira, fiz minha entrevista, lembro que voltei ouvindo essa música (Deus de promessas) no carro, e poucos dias depois recebi outra ligação dizendo que tinha passado.
Alguns podem considerar isso sorte, Deus ou destino.
Mas ter tomado um não de uma área que é muito ampla com dezenas de linguagens, ter entrado numa área de BD que gostei MUITO, que “só” precisava saber uma tecnologia de BD para se destacar, me ajudou demais a chegar onde estou hoje. Entre sorte, destino ou Deus, eu fico com Deus nessa resposta aqui.
Isso era Janeiro de 2006, tinha acabado de me tornar estagiário de um setor chamado Gerência da Informação na Dacasa Financeira. Esse setor trabalhava apenas com Banco de Dados, desenvolvendo scripts e cuidando do monitoramento dos bancos de dados da empresa.
Duvido que vocês acertam o Banco de Dados que a Dacasa Financeira utilizava?
R: 100% SQL Server!!! \o/
Olha aí porque a Power Tuning nasceu com SQL Server e se tornou referência nesse banco de dados para todo o Brasil. Graças a Dacasa Financeira, onde pude me dedicar 100% a essa tecnologia.
Aqui vai um agradecimento para a minha grande chefe Carla Marchesi. Obrigado por ter me dado essa oportunidade e por ter me ensinado muita coisa nos anos seguintes.
Pensa numa mulher inteligente, essa é a Carla Marchesi. Me inspirei muito nela buscando ser tão bom quanto ela era nas decisões que tomava.
A Power Tuning é uma empresa que já deu a oportunidade e mudou a vida de muitas pessoas.
A Dacasa Financeira foi a empresa que me deu a oportunidade e definiu minha vida profissional.
Insight: Um NÃO que você toma hoje, pode ser para vir algo melhor em seguida. Pode não vir tão rápido igual veio o meu, mas vem.
E aí Fabrício, você já sabia SQL Server quando entrou da Dacasa?
R: Nunca nem tinha logado em um. Não sabia nem fazer SELECT * FROM.
E como foram suas primeiras semanas em contato com o SQL Server? Conta aí que estou curioso!
R: Isso contarei no episódio 04 da série “De estagiário a CEO” nesse mesmo canal. =)
E vocês? Já tomaram um NÃO que acabou te levando para um caminho melhor do que você teria se tivesse recebido um SIM?
Comentem aí com mais alguns exemplos de vocês para enriquecer o conhecimento desse relato. Vou gostar de conhecer mais casos parecidos com o meu.
Até o episódio 04 da série De Estagiário a CEO: Lições de uma Jornada Real
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Espero que tenham gostado.
Fabrício Lima,
CEO e fundador da Power Tuning